Apendicectomia: Achados não neoplásicos


No post de hoje iremos abordar as patologias não neoplásicas do apêndice cecal! Nas peças de ileocolectomia/hemicolectomia direita, podemos encontrar o apêndice surgindo na porção medial do ceco e posterior a válvula ileocecal, muitos utilizam a confluência das tenias colônicas como referência. O mais comum, no entanto, é recebermos o apêndice como peça única! Em qualquer um dos casos a descrição macroscópica deve conter: tamanho (em média 8 cm, variando de 2 a 20 cm), diâmetro, características da superfície externa (edemaciada, com exsudato purulento, fibrinoso, congestionada, perfurada) e interna (espessura da parede, dilatação ou não do lúmen, bem como a presença de conteúde neste lúmen). As secções devem ser realizadas transversalmente com intervalos de 3mm nos 2/3 proximais e longitudinalmente no terço distal. A causa mais comum de apendicectomias é a apendicite aguda. Predominando em crianças e adultos jovens, tem patogênese associada a dano à mucosa secundário a obstruação da luz do apêndice, seja por fecalito ou hiperplasia folicular linfoide, seguida de infecção bacteriana causando inflamação desde a mucosa através das camadas do apêndices – recebendo classificações relacionadas: inicial, flegmonosa, supurada, gangrenada. Infecções parasitárias também podem levar a quadros de apendicite, sendo o mais comum a enterobiose. A migração dos ovos e/ou larvas demaneira errática pode levar a formação de granulomas. Outra condição presente à análise de até 1/3 dos produtos de apendicetomias são os neuromas, ou apendicopatias obliterativa/obliterante. Trata-se de um processo reacional com crescimento benigno não neoplásico de fibras nervosas de Schwann que oblitera a luz do apêndice, em geral o terço inferior é o mais acometido. A periapendicite pode ser o diagnóstico final em 1-5% das apendicectomias e se traduz em inflamação aguda da superfície serosa do apêndice (deposição de fibrina), secundária a condições inflmatórias intra-abdominais. Lembrem-se, todo apêndice retirado de um paciente deve ser enviado para o laboratório de Patologia!

Fonte: Odze and Goldblum