A cirurgia de Prostatectomia Radical é a forma de tratamento mais escolhida para os pacientes com Câncer de próstata localizado. Consiste na retirada completa da próstata, vesículas seminais e parte dos ductos deferentes. E ainda, a depender do caso (alto risco), também é realizada a linfadenectomia regional bilateral. A macroscopia da próstata é complexa, devemos orientar e identificar características anatômicas do espécime. A face posterior é mais retificada e a anterior arredondada, sendo as vesículas seminais e os ductos deferentes localizados posteriormente em região de base prostática. É necessário pintar toda a superfície cruenta, de preferência com cores diferentes identificando lobos direito e esquerdo.

As margens cirúrgicas (apical, basal e radial) são amostradas para análise microscópica da presença ou não de neoplasia junto a ressecção. O mesmo é feito com os ductos deferentes (margem) e as vesículas seminais. Na sequência, a próstata é cortada em sentido ápice/terço médio/base, separando-a em quadrantes anterior e posterior, direito e esquerdo, buscando localizar a presença de lesão nodular, o que pode ser de difícil visualização macroscópica em certos casos, para então realizarmos amostragens destes quadrantes. Na microscopia, serão avaliadas as margens, as vesículas seminais, extensão ou não da neoplasia extra-prostática, bem como o adenocarcinoma que será identificado e graduado (Gleason & ISUP). Todas estas etapas são de suma importância para o correto estadiamento patológico pelo sistema TNM. Esta classificação, associada a avaliação das margens cirúrgicas, realizada pelo patologista, ajuda a orientar o seguimento e opções de tratamento complementar para o paciente!

Fontes: OMS, CAP