








Hoje nosso post explicará sobre uma peça cirúrgica de macroscopia complexa! A cirurgia de Whipple, também chamada de duodenopancreatecomia, é o tratamento cirúrgico primário para o câncer (ou tumor pré-maligno) de pâncreas que ocorre na cabeça da glândula ou de estruturas relacionadas (ampola de Vater, duodeno ou ducto biliar). Menos comumente, pode ser utilizada para casos de trauma ou pancreatite crônica. Durante este procedimento, os cirurgiões removem a cabeça do pâncreas, a maior parte do duodeno (intestino delgado), uma parte do ducto biliar, a vesícula biliar e os gânglios linfáticos associados. Em alguns casos, o cirurgião pode remover o corpo do pâncreas, todo o duodeno e uma parte do estômago (gastroduodenopancreatectomia). O pâncreas remanescente, a via biliar e o estômago são suturados novamente ao intestino para direcionar as secreções gastrointestinais e restabelecer a fisiologia local. Em média, a cirurgia leva seis horas para ser concluída, e após o espécime é colocado em frasco com formol a 10% e encaminhado para o laboratório de Patologia.
Neste momento, será realizada a macroscopia da peça cirúrgica, que pode ser bem desafiadora devido a complexidade anatômica desta região. É necessário orientar a peça identificando os componentes básicos: segmento gastroduodenal, ampola de Vater, ducto biliar e pâncreas, bem como descrevé-las com suas medidas. Em seguida, pintamos com tinta as várias margens de ressecção cirúrgica, e fazemos as amostragens conforme mostrado nas fotos e vídeos do post. Após abertura no encontro dos ductos pancreático principal e colédoco em papila duodenal, iremos localizar e medir o tumor/lesão, referir as relações e as distâncias entre às estruturas locais (incluindo as margens). Por fim, seccionamos o espécime para confeccção das demais amostragens que irão variar de acordo com a localização da neoplasia, mas no geral fazemos de fragmentos representativos do tumor e da relação com as estruturas adjacentes, o restante do parênquima pancreático, dos demais órgãos presentes e, claro, linfonodos regionais.
Fonte: CAP